1. |
~~~
00:47
|
|||
2. |
Morada
05:52
|
|||
Leva-me a conhecer o teu lugar
A casa onde aprendeste a sonhar
Mostra-me o que vês
Quando imaginas conforto e compreensão
Se casa é mãe, cama e um telhado
Então casa comigo e vem, que já és mãe também
Vamos construir um mundo inteiro a partir de nós os dois
Transformar paredes em tradição
Criar no chão as raízes da memória
E namorar os filhos na morada nova
Com retratos nossos na estante da sala
Quadros tortos
Discos velhos
E loiça por lavar
Contar as horas que faltam para acordar de novo
Todos nós na morada que tanto nos dá
136 à esquerda, 1º andar
Transformar paredes em tradição
Criar no chão as raízes da memória
E namorar os filhos na morada nova
Com retratos nossos lá
|
||||
3. |
Sempre Sim
04:14
|
|||
Subtilmente aparece uma voz
Que segreda assim que pode:
“Estão reunidas as condições”
O pudor desenvergonhado
Até pode ser indecoroso
Faz me esconder a minha inclinação
Acabo a ser um pouco
De toda e qualquer forma vã e oca
Para agradar a todos
Transformo tudo o que sou e quero
O corpo nunca merece
Levar com tanta carga
E ainda pedem sempre um pouco mais
Contra mim, dou sempre um sim
Seguramente incerto
Mal me lembro de ter vontades
Acabo a ser um pouco
De toda e qualquer forma vã e oca
Para agradar a todos
Transformo tudo o que sou e quero
|
||||
4. |
Inércia
03:05
|
|||
Que bem que estou aqui contigo a torrar ao sol
Sem uma pinga de suor
Condiz comigo a preguiça sem obrigações
E a pança cheia aos serões
Preocupado com os rumores nos jornais
Sobre o plantel da próxima temporada
Nada para fazer a não ser horas sem abrir os olhos
Desejo ser rapaz correcto e cumpridor
Alguém exemplo de valor
Mas este mar que me convida para mergulhar
Não deixa um homem trabalhar
Profissional eterno a procrastinar
Mas quem me salva e me arranca do buraco
Nada a fazer se passar horas sem abrir os olhos
|
||||
5. |
Fogo Manso
02:22
|
|||
Torna a ser
Como o descanso que desejo
Quando volto
Quando volto a casa
Fogo manso
Que me aquece como aquece o sol
A entrar pela janela adentro
Porque a solidão, paciente,
Espera por nós
Escondida no frio da nossa indiferença,
Da falsa certeza
E este abrigo só nos tem se lhe dermos respeito
|
||||
6. |
Sussurro
05:52
|
|||
Tempo de falarmos
Das noites sem ter paz
Do feitio que desponta
E insiste em dizer não
A sorte é termos uma voz
De calma e de cuidado
Não vai nascer um mar de dó
À nossa conta
Nem sempre perdoar é ter razão
É voltar a um abraço
Deixar de ser feroz
Na valsa de um sonho
Que cai e volta à verdade
A sorte é termos uma voz
Que teima em chamar
Nem sempre ter razão
É a melhor saída
Tende a ser solitário
E uma voz insiste em sussurrar
Vou estar ao teu lado
E nada faltará
|
||||
7. |
||||
Cada dia torna um pouco maior
O engenho em cada teu pormenor
Cada passo a tentar desembrulhar tudo o que vê
E basta ver como ris
Para te querer dar o melhor
Só pela vontade de perceber
A forma mais justa de te deixar crescer
Perdi a noção de tanta coisa
Cada dia torna um pouco maior
A diferença entre fazer e ficar
Entre as palavras e os actos
Mudar
Manter a calma
Não temer ser vulnerável
Mais bondade do que inveja
Não dizer mal de ninguém
Vou tentado não cair no engano
De ensinar aquilo que não respeito
Dar o exemplo sem mudar o caminho
Voltar a tentar
Sem olhar para trás
Chegar a tempo e horas
Cada perda funciona para querer um pouco mais
Quando tira o sono torna tudo turvo
E quando o mundo te pisar até bateres no fundo
Podes ter um abrigo até numa canção
Cada perda funciona para desejar
Que o tempo pare e perdoe sem tentar julgar
Segue tudo o que é melhor para ti
|
||||
8. |
Perto
03:30
|
|||
Vi uma voz tão magra e seca
Um tom veloz, eternamente teu
Ouvi as tuas mãos pousadas na mesa
Um silêncio que solta “eu estou tão bem aqui”
Já nem preciso estar tão perto assim para te ver
Toquei no teu olhar sempre a espreitar o tormento
Pesado e invulgar, tão cauteloso e ternurento
Provei as tuas palavras indecisas noite fora
Já nem preciso estar tão perto assim para te ver
|
||||
9. |
Contramão
07:34
|
|||
Levei tempo a decorar
Cada curva, cada nó
Do caminho que me fez
Ir um pouco mais além
E não voltei a esquecer
Foram dias sem te ouvir
Sem canções a repetir
Eu conto voltar
Quero ter o teu pudor
Quantas vezes é que foram
Sem ter a razão a comandar
Corpo mole até descontrolar só
Ah, o delírio a ser mais forte
A mandar em contramão
A roubar quase tudo o que encontra
Com fome de compreensão
Fica tudo a minha volta
A anoitecer de dia
A dormir, a correr
A nascer de novo
Sem ver um pouco mais ao longe foi assim
Deixar a roupa pelo chão
Enquanto a escuridão ficar
Enquanto mandar, não vai mudar
Não volto a tomar o rumo certo
|
||||
10. |
Verso e Refrão
02:59
|
|||
Chegas-te ao meu lado
E foges num segundo
Como um verso passageiro
Que não volta à canção
Conto à minha volta
Sombras no chão
E uma vontade nasceu
Quero ser a tua companhia
E como na canção
Não quero estrofes soltas
Dá-me o teu braço
Troca-me as voltas
Vem e sê o meu amor
Solta os teus medos
Dá-me razão
E deixa de ser um verso só
E passa a ser refrão
|
Streaming and Download help
If you like Afonso Cabral, you may also like:
Bandcamp Daily your guide to the world of Bandcamp